2025
Ainda Assim, Tento Uma e Outra Vez é um gesto insistente diante do obstáculo, do erro, da falha. Uma tentativa repetida de nascer — ou de voltar — a partir da terra. A obra parte da tensão entre acumular e largar, entre insistir e desistir, entre moldar e deixar desmanchar.
Cada rosto repetido, deformado, quebrado ou espalmado, carrega o peso de um gesto falhado — mas também o testemunho de um esforço contínuo. Como se cada tentativa, mesmo imperfeita, fosse necessária. Como se o retorno à origem — à terra, à matéria, ao início — fosse o único caminho possível para continuar.
O trabalho invoca a repetição como forma de resistência e vulnerabilidade: insistir não porque se acredita na perfeição, mas porque algo em nós não sabe parar. O que se junta no centro dispersa-se nas margens. O que antes foi presença, torna-se ausência. E ainda assim, tenta-se. Uma e outra vez.
200 x 180 x 60 cm
Terra e faiança branca vidrada
Anotio, 2025