2024
DÓI (MENOS) II habita o lugar da fratura. A peça apresenta-se quebrada, não como vestígio de um acidente, mas como manifestação inevitável de um processo onde o erro, o colapso e a interrupção são partes constituintes da forma.
A obra assume a falha não como desvio, mas como acontecimento essencial. A rutura — física, simbólica — torna-se ponto de ancoragem para uma reflexão sobre a fragilidade do gesto e a inevitabilidade da transformação. O que se parte continua a ser corpo, continua a ser presença.
O vidrado, imprevisível, intensifica essa tensão entre controle e abandono. Matéria e intenção cruzam-se num equilíbrio instável onde o desastre não é silenciado, mas absorvido como linguagem.
40 x 39 x 4 cm
Faiança branca vidrada e cinza
Anotio, 2024